terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DEHON CAENGA: Mais um Sonho Vitimado



1º)
Foi a 23 de junho
De 2005, o ano
Que a força do calibre
Entre a mira do engano
Expressou mais uma vez
A tamanha estupidez
Neste ato desumano
2º)
Foi assim que a polícia
Numa primeira versão
Argumentou o incidente
Sem deixar apelação
Mas pra grande maioria
Não passou de covardia
Foi mais uma execução
3º)
Mas nenhuma conclusão
Justifica a crueldade
Que nos tirou muito cedo
Sem nenhuma piedade
Aquele que fora eleito
Pra ser o nosso prefeito
Da nossa bela cidade
4º)
O Jovem Dehon Caenga
Como era conhecido
Já se sentia disposto
E bastante decidido
A cumprir sua missão
Construindo uma gestão
Em prol do povo sofrido


 5º)
Seguiu rumo a Natal
Junto com magno monteiro
Que na gestão assumia
O cargo de tesoureiro
O seu amigo e cunhado
Um jovem disciplinado
Solidário e companheiro
6º)
Esse jovem ainda leva
No corpo uma cicatriz
E marcas de uma tragédia
Desse ato infeliz
Mas ele sobreviveu
E por sorte não morreu
Na verdade por um triz
7º)
Era Márcio o motorista
Um mineiro de Araxá
Que a pouco tempo já tinha
Se despedido de lá
Determinado a querer
Com a família viver
Feliz pras bandas de cá
8º)
Mas pra Márcio também foi
Uma viagem perdida
Que pra família ficou
Numa eterna despedida
Sem direito de revê-lo
E de novo recebê-lo
Com o abraço da acolhida



9º)
O Francisco Canindé
Também estava presente
Vinha no banco de trás
Mas viu a morte de frente
Esse jovem contador
Viveu o medo e o terror
Desse ato inconsequente!
10º)
Conseguiu sobreviver
Pra sua terra regressar
Mas com certeza não tem
Vontade de relembrar
Aquele triste momento
Onde a dor e o sofrimento
Ainda estão a sangrar
11º)
Chegando a Santa Maria
Já saindo de Natal
A sua condução ficou
Como alvo principal
De uma ação desastrosa
Infame e criminosa
Do desmando policial

12º)
Sem ao menos abordar
Alvejaram a condução
De armas calibre quarenta
De pesada munição
Fez o jovem motorista
Se desnortear da pista
E perder a direção


13º)
Sendo lançado ao muro
Ficaram encurralados
Sem nenhuma proteção
Totalmente desarmados
E a patrulha injusticeira
Fez da noite traiçoeira
Muitos sonhos consumados
14º)
Desarmado e indefeso
Como ele sempre andava
Só tinha ao lado uma bíblia
Que nas viagens levava
Nem deu tempo de abrir
De rezar e a Deus pedir
A paz que ele pregava.
15º)
De poder compartilhar
 Com seu povo a alegria
Daquela festa junina
Que rompeu a luz do dia
De gritar com emoção
Viva o nosso São João
Viva os filhos de Maria!
16º)
O amor pela família
Foi sua maior expressão
Um companheiro amigo
Um verdadeiro irmão
Aquele pai dedicado
Tolerante e bem amado
Por todos de coração

                                   
17º)
A força feroz da perda
Na tristeza se converte
Pros filhos Tiago e Pedro
E a esposa Margarete
Uma dor irresistível
Pulsante e indescritível
Que o tempo não reverte!

18º)
Que ali também ficou
Um projeto futurista
Um líder carismático
Um grande protagonista
Valioso e destemido
Consciente e resolvido
A valer cada conquista

19º)
Hoje só resta o silêncio
A tristeza e a saudade
A revolta do meu povo
Por tanta impunidade
De ver a cega justiça
Adormecer de preguiça
Sem ter força de vontade
20º)
De conduzir os culpados
Aos bancos dos tribunais
Pra devolver a sua gente
Um sentimento de paz
Que a justiça prevaleça
E nunca mais aconteça
Essa maldade jamais!

21º)
E daí, seguir em frente
Construindo cidadãos
Alimentando suas vidas
Sem sujar as próprias mãos
Que viva Dehon Caenga
E com ele a gente aprenda
A abraçar nossos irmãos!

O SOPRO DA VIOLÊNCIA



Quantas perdas é preciso
Pra conter a violência
Que fomenta nosso medo
E atormenta a consciência
De quem só chegava a ver
Nos programas de tv
Tanta falta de clemência

Quantas mortalhas serão
Preciso para vestir
As dores da minha terra
Por não saber resistir
A força da crueldade
Que a marginalidade
Nos consegue imprimir

Quantos terão que viver
Livremente aprisionados
Nessa falsa liberdade
Que nos deixam encurralados
Sozinhos e desprovidos
Bem a mercê dos bandidos
Sempre mal intencionados

Mas quanto Dehon Caenga
A jovem Carla ou Izael
Sairá do palco da vida
Pra cumprir o seu papel
De mais um ser inocente
Que será covardemente
Morto de forma cruel!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sobrevivência

Para se aprender a sobreviver
É preciso morrer a cada instante
Fazer dos sonhos o sopro da vida
Pra gente renascer mais adiante!
(Geová Costa)

A SEMENTE DO PERDÃO

Quando se comete um erro
Sem saber pedir perdão
É inimigo de si mesmo
E corrompe a tal razão
Engravidando a verdade
No ventre da vaidade
Para o berço da ilusão
  (Geová Costa)

TAMANHA DOR

Quando a palavra não consegue
Expressar tamanha dor
Ela se abriga no silêncio
E faz do olhar o seu mercador

Ah, tamnha dor
Ah, imensa dor
Deixa em carne viva minha alma
Que nem um afago acalma!

Fica sem jeito
Desata o nó
Preso na garganta
E quando se sente
Amargo e só
Só o grito alcança

Essa tamanha dor
Ah, imensa dor
Deixa em carne viva minha alma
Que nem um afago acalma

E no peito jaz
O sonho e a alegria
Que a tempo atrás
Era pura poesia!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CEGO DE GUIA

Minha vossa senhoria
Já não quero mais te ver
Cê me fez cego de guia
Pra eu ser guiado por você

Apossou-se do que é meu
Inté minh'alma confiscou
Perdi a crença foi ateu
Nem creio que você me amou

Hoje só vou enxergar
Pelas lentes da razão
De você vou me afastar
Deus me livre tentação

Eu dispenso sua piedade
E também o seu perdão
Por favor, fique à vontade
Vá curtir sua vaidade
Sem ferir meu coração!
(Geová Costa)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

De frente ao mar

Bela moldura
Uma pintura
Aquela porta
Aberta para o mar

Uma criatura
Uma aventura
Vislumbra-se na inspiração
de um olhar

E tudo se fez poesia
O céu, o mar e a marisia
A vela, o barco
E o pescador
Neste cenário
Um grande ator!

Veja, Glória, maravilha
Um sonho, uma rede e um varal
Onde se estende o mar à vista
E a beleza desse litoral!


quinta-feira, 14 de junho de 2012

NO VOO DA ASA BRANCA

É no voo da Asa Branca
Que aqui vamos chegar
E é no compasso dessa dança
Que nós vamos festejar

Os 25 anos
Da escola Gabriel
E também o centenário
Desse grande menestrel
Filho de Januário
O nosso Rei do Baião
Que a gente homenageia
Nesta noite de São João

Balão, fogos e fogueiras
Xaxado, xote e alegria
Porque i nossos luiz Gonzaga
E o Gabriel é poesia

Balão, fogos e fogueiras
Xaxado, xote e alegria
porque o nossos Luiz Gonzaga
E o Senhor Gabriel é poesia.
(Música para o Arraiá do Gabriel)


quinta-feira, 17 de maio de 2012

COMO É QUE PODE?

Como é que pode
A nossa vida ser assim:
 Às vezes cedo a gente chega ao fim
Sem realizar aquilo que sonhou
E não é mole!
Ver alguém partir antes da hora
Sem se despedir nos deixa e vai embora
Fazendo sofrer quem tanto vos amou
 É por isso que não consigo entender
Se aqui se vive prum dia morrer
Por que não podia se diferente?
 Se acredito que vale a pena viver
Se sou feliz e a todos dou prazer
 que não posso viver eternamente?
 Então é bom cada um aproveitar
 Nenhum segundo se despediçar
Com tristezas e lamentações
Se a vida é curta
E o amanhã é mais uma incerteza
Faça do seu tempo sua maior
 viva intensamente as emoções!
(música inédita)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

MEU PRÓPRIO EU

Se queres me encontrar
Me procure nas canções
Que ainda vou compor
Na inspiração regada
Pela mesma dor
Que me faz poeta
Que me faz poeta
 Caso não me encontre
 Estou no silêncio Da imaginação
 Entre versos e acordes
 Do meu violão
 Basta me sentir
Tens a arte de ouvir
 Não precisa me ver
Muito menos me tocar
Sou metade de um ser
Que a outra não vai revelar
Sou fragmentos
Sonho e sonhador
Puro movimento
Criatura e criador.
(música inédita)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

NOSSO VERBO AMAR

Já fizemos do presente
O nosso Futuro
E juro que não dá
Mais nada pra alcançar


O nosso pretérito
Está tão imperfeito
Eu acho que não há
Mais comoconjugar


O nosso amor
Não está assim tão vivo
Ele ficou, ficou sim
No subjuntivo.
Não cabe mais
Nos meus versos e artigos
Ele ficou bem pra trás
Por está no intransitivo